Piscicultura – Uma Oportunidade de Negócio

A piscicultura consiste no cultivo de peixes, e envolve diferentes espécies e sistemas de produção. Os primeiros registros de experiência dessa atividade são do cultivo de carpas, ocorrido há 2.000 a.C. na China. No Brasil a produção comercial de peixes teve início somente na década de 1980 e desde então tem apresentado significativo crescimento.

Para falarmos de piscicultura, não devemos abrir mão do conceito de pescado. No vídeo abaixo, eu apresento a sua definição e seus principais exemplos.

Apresenta importância econômica e social, pois atualmente, o pescado cultivado é responsável pela oferta de 52% do pescado destinado ao consumo humano, considerado a proteína cárnea de mais alta digestibilidade (96%) ou valor biológico, comparativamente às carnes brancas (90% de digestibilidade) e vermelhas (87% de digestibilidade).

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO, em 2018 a média mundial de consumo per capita foi de 20,5 kg/habitante, com tendência de aumento, uma vez que a estimativa é de que a população mundial chegue a 9,8 bilhões de habitantes em 2050, com consequente aumento da demanda por alimentos.

Diante dessa necessidade, a produção de peixes constitui uma importante alternativa na contribuição da segurança alimentar, pois a FAO, já em 1990, constatou estagnação no desembarque de pescado oriundo do extrativismo. Além disso, a produção de proteína aquática apresenta várias vantagens, entre elas: a garantia da oferta regular do produto; permite rastreabilidade; controle da produção, com qualidade e sanidade; possibilidade de integração com outras atividades, a exemplo do uso do efluente para fertirrigação na fruticultura, horticultura e irrigação de pastagens.

Em virtude de todo exposto, verifica-se que a piscicultura representa uma oportunidade de negócio, mediante a existência de um cenário bastante promissor. No entanto, para que o setor produtivo tenha resultados exitosos, é imprescindível que o processo seja executado de forma profissional. Nesse sentido, é fundamental a busca por conhecimento, o acesso às tecnologias, bem como o acompanhamento por profissional técnico. Pois, existe uma grande diferença entre “criar peixes” e “produzir peixes”.

Autora: Valéria Maria de Melo Lima

Engenharia de Pesca com experiência nas áreas de educação ambiental, co-gestão, pesca, beneficiamento e processamento de pescado, aquicultura e dinâmica populacional de camarões peneídeos, e atua como extensionista rural no Estado do Tocantins e editora nacional do Portal Manejo de Peixe.

Referências Bibliográficas

Cyrino, J.E.P.; Galvão, J.A.; Sonoda, D.Y.; Frascá-Scorvo, C.M.D. 2019. Aquicultura, segurança alimentar e qualidade do pescado: esclarecendo mitos e insinuações. Aquaculture Brasil. Disponível em: < https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/85938/1600201339Aquicultura_segurana_alimentar_e_qualidade_do_pescado_esclarecendo_mitos_e_insinuaes.pdf> Acesso em: 08 de fev. 2022.

FAO. 2020. El estado mundial de la pesca y la acuicultura 2020. La sostenibilidad en acción. Roma. https://doi.org/10.4060/ca9229es. Acesso em: 08 de fev. 2022.

Ostrensky, A.; Borghetti, J.R.; Soto, D. 2008. Aquicultura no Brasil: o desafio é crescer. Brasília: Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República, 276p.

Vinatea, L. 1995. Aquicultura: evolução histórica. Revista Panorama da Aquicultura. Disponível em: <https://panoramadaaquicultura.com.br/aquicultura-evolucao-historica/> Acesso em: 10 fev. 2022.

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